Energia eólica

 

O QUE É

A energia eólica é considerada limpa, renovável, abundante e disponível em muitos lugares, pois é a energia obtida a partir do movimento dos ventos.

Essa energia pode ser aproveitada de forma útil por meio de uma série de transformações, em que a intensidade dos ventos determina esse nível de aproveitamento. Para se obter energia elétrica dos ventos são utilizados sistemas de conversão de energia, denominados aerogeradores. Esse equipamento utiliza o princípio de funcionamento dos “cataventos”.

COMO FUNCIONA

Os aerogeradores, também conhecidos por turbinas eólicas, são equipamentos que têm como objetivo extrair a energia cinética do fluxo de ar em movimento, transformando-o em energia mecânica. Logo depois essa energia mecânica é convertida em energia elétrica.

De forma simplificada funciona assim: o vento, ao incidir sobre as pás do aerogerador, gera força suficiente para fazer girar o eixo central, que por sua vez está conectado a um gerador elétrico, instalado no topo da torre. A eletricidade produzida é então injetada no sistema elétrico e transmitida até os locais de consumo.

O agrupamento de vários aerogeradores em uma mesma região forma uma usina eólica, parque eólico, ou, ainda, fazenda eólica. Essa energia produzida pelos aerogeradores contribui significativamente para a agregação de potência em larga escala ao sistema elétrico.

ENERGIA EÓLICA NO MUNDO

A utilização do vento como fonte de energia em escala comercial iniciou por volta de 1970, quando o mundo enfrentou uma grave crise de abastecimento de petróleo. O investimento em pesquisas na área de energia eólica foi, então, uma das opções para diminuir a dependência do petróleo.

Hoje a energia eólica é reconhecida mundialmente como uma alternativa privilegiada para a geração de energia elétrica, e uma fonte de energia que mais cresce no mundo, a uma taxa de 28,6% ao ano. A projeção do Comitê Internacional de Mudanças Climáticas é que sejam instalados 30.000 MW até o ano de 2030, data em que a União Europeia pretende gerar cerca de 10% de toda energia que consome a partir do vento.


 

ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

No início da década de 2000, uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas barragens hidrelétricas do país, causando uma grave escassez de energia. A crise, que devastou a economia do país e levou ao racionamento de energia elétrica, ressaltou a necessidade urgente do país em diversificar suas fontes de energia.

Mais de 75% da matriz energética brasileira constitui-se de hidroeletricidade, mas as autoridades estão incentivando as energias de biomassa e eólica como alternativas primárias. Segundo dados preliminares do Balanço Energético Nacional de 2012, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2011 a participação de fontes renováveis na Matriz Elétrica Brasileira ampliou-se para 88,8% devido às condições hidrológicas favoráveis e ao aumento da geração eólica, com destaque a esta última, cujo aumento foi de 24,2% neste período.

A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992. Dez anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PHCs). O Brasil realizou o seu primeiro leilão de energia eólica em 2009, em um movimento para diversificar a sua matriz de energia.

Desde a criação do Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 22 MW em 2003 para 602 MW em 2009, e cerca de 1000 MW em 2011 (quantidade suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 400 mil residências). Considerando o potencial eólico instalado e os projetos previstos em 2013, o país atingiria ao final desse ano a marca dos 4400 MW. Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para gerar até 140 GW.

O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas, ou seja: exatamente nos meses em que as chuvas são mais escassas é quando venta mais! Isso coloca o vento como uma grande fonte suplementar à energia gerada por hidrelétricas, a maior fonte de energia elétrica do país. Durante este período pode-se preservar as bacias hidrográficas, fechando ou minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo disto é na região do Rio São Francisco. Por essa razão, esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosidade e a distribuição geográfica dos recursos hídricos existentes no país.

A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. No entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia. Abaixo segue um mapa com o potencial eólico brasileiro por região:



 

 

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS


1. ESCOLHA DA ÁREA PARA IMPLANTAÇÃO DA EOL

  • - Análise da situação jurídica e fiscal da área;
  • -  Rugosidades da área e do entorno;
  • - Obstáculos na área e ao redor;
  • - Acessos ao local;
  • - Distância da rede elétrica;
  • - Restrições ambientais ou legais;
  • - Autorização para utilização da área.

2 . ANÁLISE DOS RECURSOS EÓLICOS NO LOCAL SELECIONADO

  • - Estudos topográficos preliminares;
  • - Especificação da Campanha de Medição;
  • - Aquisição e comissionamento da torre anemométrica;
  • - O & M e Campanha de Medição de Vento;
  • - Certificação dos Dados Anemométricos.

3. PROJETO BÁSICO DA CENTRAL GERADORA EÓLICA

  • - Planialtimetria da área;
  • - Micrositing;
  • - Certificação da Produção de Energia;
  • - Conexão elétrica interna;
  • - Subestação e linhas de transmissão;
  • - Vias de acesso e obras civis;
  • - Estudos preliminares de conexão à rede elétrica;
  • - Memorial descritivo do Projeto Básico.

4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA EOL

  • - Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental;
  • - Licença Previa (LP);
  • - Licença de Instalação (LI);
  • - Licença de Operação (LO).

5. AUTORIZAÇÕES

  • - Autorização/Registro ANEEL;
  • - Parecer de Acesso à Rede Básica, DIT ou Rede de Distribuição, emitido pelo ONS.

6. MODELAGEM FINANCEIRA

  • - Estudos de viabilidade econômica (modelo financeiro);
  • - Project Finance.

7. OBTENÇÃO E NEGOCIAÇÃO DE PPAs

  • - Cadastramento e habilitação dos projetos na EPE com vistas à venda da energia gerada ao ACR;
  • - Habilitação dos projetos com vistas à venda da energia ao ACL ou consumidores diretos;
  • - Propostas, análise e seleção de aerogeradores;
  • - Propostas, análise e seleção de fornecedores do EPC (Engineering, Procurement e Construction);
  • - Estruturação da SPE (Sociedade de Propósito Específico);

TEMPO APROXIMADO PARA TODAS AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO: 5 A 6 ANOS